segunda-feira, 8 de setembro de 2014

domingo, 7 de setembro de 2014

Epílogo a Finisterra e Muxia | 3 Dias - 235 km | Santiago a Finisterra


88.65 Km
09.08 | T. deslocação 06:45:40 |Vel. Média 13,1 Km/h |Vel. Máxima 52,3 Km/h

 
Mais uma vez, no caminho. O ponto de partida desta vez, foi o mesmo que a chegada, a Praça Obradoiro, contígua à fachada da Catedral.

Fica sempre estranho dar a partida, a partir de um espaço que habitualmente nos recebe no fim da jornada, mas neste caso teve que ser assim. Este epílogo, associado à parte final do caminho após a chegada a Santiago é a parte do caminho para quem quer continuar “até ao fim do mundo” ou “fim da terra” ou também como é conhecida “A costa da Morte” simbolicamente representada pelo pôr-do-sol no Oceano sem fim.
Partimos em direção a Poente, quadrante para onde se encontra orientada a fachada da Catedral. 




A partida ocorreu sob um céu cinzento escuro e logo poucos metros à frente, após a saída da praça, em conversa com peregrinos avisaram da forte “tormenta” que aí vinha.
Com um aviso tão pouco auspicioso relembramos a informação que as previsões atmosféricas não sugeriam nada de grave e com essa esperança partimos.

Em poucos quilómetros, a praça deu lugar às ruas da cidade, que se transformaram em acessos locais e depois em trilhos pela montanha.



Em Ponte Macieira a ponte medieval de finais do Séc. XIV, conhecida localmente como Ponte Vella oferece uma vista privilegiada sobre o Rio Tambre.




Pequena cascata no Rio Tambre. Pouco à frente, visita ao núcleo central de Ponte Maceira que se encontra bem preservado.

O nosso itinerário desta vez, era simples. Primeiro até Finisterra, ou Fisterra em Galego, depois seguir para Múxia a Norte, e depois retornar a Santiago.
  



O percurso tornou-se mais acidentado mas sempre acompanhado de paisagens com muito verde.



Durante alguns quilómetros tivemos como companhia o Rio Xallas que serpenteava lá mais abaixo. Ficou mais frio, muito nevoeiro e aparecia alguma chuva de vez em quando mas nada grave. Talvez a tal "tormenta" anunciada tenha seguido outro caminho.



Chegamos pouco depois ao ponto de subdivisão. À direita o caminho prosseguia para Muxia, à esquerda para Finisterra. Seguimos pela esquerda.



Estávamos agora em Corcubión. A Ria tem o mesmo nome. Faltavam agora poucos quilómetros para Finisterra.


Esta região está situada nos confins desta parte ocidental e é considerada uma terra mágica envolta em algum misticismo.


Com paisagens fantásticas, mas com um tempo normalmente muito instável somado ao fato de ser uma região remota reforça esse caráter. 


A gastronomia merece um sublinhado especial. O polvo especialmente na versão "à Galega" é uma referência incontornável por estes lados.















sábado, 6 de setembro de 2014

Epílogo a Finisterra e Muxia | 3 Dias - 235 km | Finisterra, Muxia, Dumbria


78.40 Km
10.08 | T. deslocação 05:40:35 |Vel. Média 13,0 Km/h |Vel. Máxima 67,2 Km/h




Depois de arrumar todos os pertences e tratar da manutenção da bicicleta, rotina habitual nestas andanças, a preocupação seguinte é tomar um revigorante pequeno-almoço para dar início à jornada.  
   

O tempo estava incerto mas nada fazia prever o verdadeiro dilúvio que decorreu incessantemente durante toda a manhã. Enquanto tomávamos o pequeno-almoço começou a chover copiosamente. Aproveitamos para vestir os impermeáveis e vestir mais roupa. A chuva não parecia querer desistir. Estava aqui o resquício da tal “tormenta” do dia anterior que aparentemente passou mais a Norte da nosso percurso. Reposta a energia e vestidos a rigor lá partimos em direção ao Farol de Finisterra.


 
A distância até ao Farol é reduzida, cerca de 3 km, mas com uma subida até aos 143m e com a chuva a persistir, não é uma forma muito divertida de dar início ao caminho. Mas estas coisas são mesmo assim.




Lá em cima no Farol estava muito vento, muito nevoeiro e alguma chuva. Portanto condições perfeitas ... para ficar por lá pouco tempo! Existe por aqui, supostamente um ritual que consiste na devolução ao mar da vieira (concha) utilizada durante o caminho, queimar a roupa de peregrino e dar um mergulho no mar, e depois ver o pôr-do-sol e assim retornar ao mundo renascido. Como ainda era de manhã e cedo, preferimos passar este ritual à frente. Fica para uma próxima vez, até porque molhadinhos já nós estávamos e Sol nem vê-lo!


De volta a Finisterra aproveitamos a ocasião para pedir a Finesterrana que é um certificado emitido perante a apresentação da credencial carimbada e prosseguimos caminho para Muxia e voltava outra vez a chover.
O caminho até Muxia só teve uma constante que foi a chuva. Choveu sempre nessa manhã. Ainda são alguns quilómetros até Muxia. Chegamos à hora do almoço e estávamos completamente encharcados.



Depois do almoço, fomos pedir a Muxiana. Semelhante à Finesterrana mas com o nome local. 
  

Parava finalmente de chover. Fomos conhecer Muxia.


O Santuário de La Virgen de la Barca encontra-se em reconstrução depois de ter sofrido um incêndio recente, no dia de Natal de 2013 depois de ter sido atingido por um raio. Encontra-se situado na parte mais Norte de Muxia e orientado a Poente tal como a Catedral de Compostela.




Monumento muito interessante da autoria do Escultor Alberto Bañuelos inaugurado em 2003 que tem o nome de “A ferida” localizado perto do Santuario da la Virgen de la Barca é dedicado aos voluntários que durante meses limparam o derrame de crude das praias da “Costa da Morte” proveniente do acidente que ocorreu com o petroleiro Prestige.

Muxia é um cabo que faz a separação entre a Ria das Camarinas e o Oceano.


Prosseguimos viagem. Foi com alguma surpresa que descobrimos que o caminho de volta até Santiago não se encontrava marcado.


Nunca nos tínhamos deparado com falta de marcação e como não foi fácil detetar o caminho prosseguindo em sentido inverso fomos utilizando também a "carretera" até Dumbria.